terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Em Verdade Vos Digo (parte 2)

Dando sequência ao post “Em Verdade Vos Digo”, vamos especular sobre o que seria o conceito de verdade (aqueles que não leram o post anterior, eu aconselho sua leitura antes deste). Convido os leitores que tomaram a pílula vermelha à uma viagem no tempo de 13,5 bilhões de anos, em busca das origens do universo...

Imaginem o maior evento conhecido do universo, o "big-bang" que deu origem a tudo e, mais precisamente, originou nossa galáxia, o Sistema Solar e a formação do planeta Terra. Bilhões de anos se passaram, um paradoxal número de acontecimentos teve que ocorrer para gerar as condições necessárias à formação da vida e é óbvio que o ponto de vista humano a respeito de tudo isso só veio surgir muito tempo depois. O Universo, portanto, existe há bilhões de anos antes de nós e continuará a existir depois da nossa extinção, não havendo qualquer nível de perturbação na realidade pelo fato da gente existir ou deixar de existir. Desta maneira, o universo existe de uma forma independente da gente, havendo uma explicação plausível para cada evento ocorrido sem a interferência do ponto de vista humano, constituindo a única explicação possível para a realidade. E notem que pelo termo ”explicação” eu quero dizer “descrição”, “identificação” e não “sentido”. Ou seja, diante do cenário universal, é o ser humano quem deve buscar as explicações para tudo aquilo que já existia antes de nós e não forjar as explicações de acordo com suas convicções pessoais, interesses particulares ou interpretações limitadas pelo espaço, cultura ou momento histórico.

Devemos estar alertas, todavia, para a explicação ser necessariamente condizente a algo que de fato existe e não condizente com uma coisa manipulada, um cenário criado apenas em nossas mentes. Isto é, uma mentira pode ser real enquanto informação mas, definitivamente, não representa um fato. Existem explicações para as coisas que não existem, sendo plenamente discutível as razões que motivaram a criação de algo irreal. Mas se algo é irreal, isso não existe de fato, sendo contraproducente dar explicações sobre algo baseado apenas em uma superstição, crença, fé ou tradição, ainda mais se as explicações objetivam afirmar que a farsa é algo que de fato existe. Nessa mesma linha de raciocínio, não é pelo fato de uma coisa ser desconhecida que isso acaba sendo prova de que é também algo irreal. Há um incontável número de coisas que desconhecemos, levando-se em conta nossa desvantajosa posição no tempo e no espaço (para melhor entender essa desvantagem, vejam os posts "Apresentação" e "Não Sabemos Nada"). Logo, como o universo existe independentemente de nós, há um inconcebível nível de realidade para o qual nós estamos longe de ter acesso com o conhecimento atual.

Mas vamos a um exemplo mais pontual com a finalidade de esclarecer o nível de abstração no qual nós acabamos entrando:

Ninguém pode negar a existência do Sol. Ele está aí quer a gente goste ou não há bilhões de anos, promovendo as condições necessárias à nossa existência muito antes da gente botar nossos pés por aqui. Então, o Sol é uma realidade que não pode ser negada. Caso contrário, seria papo de louco, sendo o mesmo que dizer que não existe computador, energia elétrica, automóvel, etc. Pois bem, em cima dessa realidade, qual seria a verdade correspondente? Eis a explicação:

"O Sol é a estrela mais próxima de nós, sendo uma anã vermelha responsável por 99,86% da massa do Sistema Solar, possuindo uma massa 332 900 vezes maior que a da Terra e um volume 1 300 000 vezes maior que o do nosso planeta. É composto primariamente de hidrogênio (74% de sua massa, ou 92% de seu volume) e hélio (24% da massa solar, 7% do volume solar), com traços de outros elementos, incluindo ferro, níquel, oxigênio, silício, enxofre, magnésio, néon, cálcio e crômio. A estrela gera sua energia através da fusão de núcleos de hidrogênio para a formação de hélio, resultando na emanação de uma corrente de partículas carregadas que se expandem até os limites de uma bolha conhecida por heliosfera, a maior estrutura contínua do Sistema Solar.” (fonte: Wikipedia)

Muitas outras informações seriam necessárias para dar conta de uma completa descrição do Sol, tornando a explicação acima incompleta mas verdadeira, sendo contraproducente me estender muito neste exemplo. Há de se concordar, todavia, que tais descrições não poderiam ser a de um "Deus cuspindo fogo" embora povos do passado possam ter dado este tipo de explicação para o Sol, considerando as limitações da época. Desta maneira, só existe uma explicação possível para todas as coisas existentes no universo, sendo todas as outras "explicações" apenas interpretações pessoais, grupais ou até culturais, dependendo do momento histórico em que tais explicações são criadas. Tais explicações não são condizentes com a realidade, ou seja, um "Deus cuspindo fogo" pode ser uma explicação individual, grupal ou coletiva mas está longe de representar a realidade dos fatos. É possível ainda que não saibamos tudo a respeito do Sol e que novas informações venham completar o quadro descritivo do nosso "astro rei" no futuro mas, seria muito improvável que dados adicionais invalidassem as descrições oficiais de hoje. Se for esse realmente o caso, a ciência se encarregará de rever seus conceitos mais cedo ou mais tarde, conforme orientam suas características céticas e questionadoras.

A verdade, portanto, seria a única explicação válida para cada detalhe da realidade. Este seria seu conceito. Ou seja, um copo d'água tem que ser um copo d'água aqui e em qualquer outro lugar do universo. Pode ser que, no planeta X, a civilização Y chame copo de "litu" e água de "burga". Pode ser que a água seja utilizada para outras coisas, pode ser que os elementos químicos de sua composição sejam representados graficamente de uma forma diferenciada mas, continuará a ser H2O como é aqui na Terra. Logo, o copo d'água nunca poderá ser relativizado como sendo um elefante, um sofá ou uma montanha. A despeito da extrema obviedade da afirmação, mesmo com todos os avanços em várias áreas do conhecimento humano, tem muita gente achando que o Sol continua sendo "Deus cuspindo fogo", ignorando por completo a única explicação válida sobre o Sol por causa de todas as coisas mencionadas acima e também no post anterior. Ou seja, “Deus cuspindo fogo” é muito mais humano, atraente, mágico, divertido e reconfortante, mantendo-me no “país das maravilhas” de uma infância expandida que eu nego até o último segundo a abandonar. Neste exato momento, eu opto por tomar a pílula azul, pois não estou a fim de largar o mundo que eu criei como sendo "o real".

Esta concepção de verdade está longe de ser invenção minha, sei que contraria muitas linhas filosóficas e até certos ramos da psicologia moderna mas creio ser a concepção mais sensata e coerente com o meu nível de conhecimento atual. Até que me provem o contrário, é o conceito temporário de verdade que eu considero em minha vida. Sendo a verdade a única explicação possível da realidade, podemos concluir que enquanto estivermos lutando por verdades relativas, viveremos em uma Torre de Babel planetária que levará a sociedade humana inevitavelmente para o caos.

Abs:

Marcio

7 comentários:

  1. Estimado Márcio,

    Li seus dois últimos post's sobre o tema "Verdade" e acredito ter entendido seu recado. Mas tenho que levar em conta o quanto o conheço, o quanto conheço seu modo de pensar e o quanto já tivemos oportunidade de conversarmos a respeito de tais questões. Acredito que tudo isso tenha sido fundamental para que eu entendesse o que você está querendo dizer. Mas tenho minhas dúvidas se o mesmo sucesso na compreensão de suas palavras ocorrerá com outros leitores que não convivem com você. Em função disso pensei em algo que vou colocar a você como sugestão.

    Veja, em seu post, você escreveu "Não que eu ache que seja dono da verdade". Ao meu ver aí é que está a chave da questão para que os leitores e curiosos possam entender melhor onde você está querendo chegar. Trata-se da diferença entre o conceito de "Verdade" e a informação, a qual pode ser verdadeira ou não. Você bem sabe que conceito e informação são coisas muito diferentes. Mas acho que você deveria ter explorar melhor essa diferença antes dos seus últimos dois post's.

    O CONCEITO tem como objetivo servir como um guia, uma bússola para a seguinte questão: como sabemos se algo é verdade ou não? Essa pergunta jamais poderia ser respondida se antes não tivéssemos definido o CONCEITO de "Verdade". Ou seja, se sabemos que VERDADE É A ÚNICA INFORMAÇÃO POSSÍVEL QUE EXPLIQUE UM DETERMINADO FATO E/OU ELEMENTO QUE CONFIGURE A REALIDADE, temos como analisar e experimentar a INFORMAÇÃO que temos em mãos. Se tal INFORMAÇÃO é capaz de expressar corretamente o fato e/ou elemento observado e analisado, trata-se de uma INFORMAÇÃO VERDADEIRA.

    Qualquer INFORMAÇÃO, seja ela qual for, deveria ser submetida ao CONCEITO: Trata-se da ÚNICA INFORMAÇÃO POSSÍVEL QUE EXPLIQUE UM DETERMINADO FATO E/OU ELEMENTO QUE CONFIGURE A REALIDADE? Parece muito simples, certo? Mas como você expôs muito bem em seus post's, as razões para tornar isso nebuloso são muitíssimas.

    Usando seu exemplo sobre a estrela mais próxima, o Sol. Ao observarmos essa estrela, buscando compreender o que ela é e o que ela representa no cenário em que está, perguntas nãp páram de surgir. Para cada uma dessas perguntas, devemos sempre buscar a ÚNICA INFORMAÇÃO POSSÍVEL QUE A EXPLIQUE. Ou seja, se perguntarmos quanto tempo a luz do Sol leva para alcançar nosso planeta, somente uma única resposta será verdade, ou a ÚNICA INFORMAÇÃO POSSÍVEL para tal pergunta. Se a resposta for "8 horas" será mentira pois a informação "8 horas" não representa a realidade. Se for 8 minutos, será verdade pois a informação "8 minutos" representa a realidade. Mas será uma verdade temporária pois está incompleta. Se for "8 minutos e 18 segundos" será verdade pois a informação "8 minutos e 18 segundos" representa de forma exata a realidade. É importante destacar que, conforme esse e outros exemplos, uma determinada informação será verdade, verdade temporária ou simplesmente mentira, dependendo da clareza e do nível de precisão da pergunta feita.

    Enfim, fica a sugestão para que você explore mais a diferença entre o aspecto conceitual de "Verdade" e o aspecto da "Verdade" enquanto apenas informação. Ou seja, o conceito sempre usado como instrumento de aferição do grau de legitimidade de qualquer informação obtida.

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  2. Ainda sobre essa questão, gostaria de comentar seu escrito "Isto é, uma mentira pode ser real enquanto informação mas, definitivamente, não representa um fato". Gostaria de colocar essa frase de uma outra forma e gostaria de verificar se você concorda comigo: "Uma mentira pode ser verdadeira enquanto fato, ao mesmo tempo que seu conteúdo, a informação que carrega, não representa a realidade". Veja o que acha e depois podemos conversar sobre essa frase usada como exemplo.

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  3. Antes de terminar meu extenso comentário e deixá-lo ainda mais inapropriado a um blog, gostaria apenas de comentar algo sobre "Crença" e "Fé" (sobre "Superstição" e "Tradição" prefiro fazê-lo em outras oportunidades).

    Ao meu ver, os conceitos "Crença" e "Fé" podem ser usados de forma favoráveis à busca pela "Verdade". Infelizmente hoje em dia esses conceitos são automaticamente interpretados através do prisma religioso. Dessa forma ambos os conceitos são usados sem a necessidade da razão, do pensamento e da análise. Se a verdade é essencialmente uma informação, não precisamos ir muito longe pra sabermos que sem o uso da razão estaremos cada vez mais distantes de observá-la, percebê-la, compreendê-la e aplicá-la. Geralmente vemos o conceito de "Fé" sendo aceito e estimulado desde que seja a famosa "Fé Cega". E o conceito de "Crença" é mais conhecido popularmente depois de transformado em "Dogma".

    Mas, se encararmos "Fé" e "Crença" simplesmente como a capacidade de considerar ou valorizar uma possibilidade, ou novas possibilidades ainda a serem exploradas, com o auxílio indispensável da razão, creio que poderemos explorar a realidade de forma multidimensional ao invés de fazermos isso apenas linearmente.

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  4. Precisamos ainda aprender que a razão é nossa aliada. Infelizmente parecemos estar indo na direção oposta. Mas a realidade não será desvendada de outra forma. E, ao escolhermos criar infinitas realidades existentes apenas em nossas mentes para dar algum sentido ao que cada vez tem menos, estamos dando forma ao mundo como se apresenta, caminhando para o final da vida inteligente no planeta. Mas aí teríamos que rever o que compreendemos por "Inteligência", tendo em vista que, mesmo com os resultados concretos de nossas escolhas e posturas, continuamos incapazes de observar, perceber e compreender. A nossa grande maioria está escolhendo não mais observar, perceber e pensar. Buscamos cada vez mais a garantia de algum lugar bom para viver após a morte. Tendo assegurado isso nada mais parece ter muita importância. Nem mesmo a noção de continuidade temos mais. Continuamos a procriar ao mesmo tempo em que escolhemos não aprender como tornar o mundo habitável para nossos filhos e netos. Continuamos a procriar e gerar vida sendo que o que valorizamos é a vida após a morte. Continuamos a colocar seres humanos num mundo que já descartamos. Se fazemos tudo isso e se não mais pensamos - lógico, se pensássemos não faríamos - , não mais observamos, não mais percebemos e até mesmo a curiosidade passou a estar também ameaçada de extinção, já não estamos de fato mortos? Talvez seja por isso que a natureza esteja diferente. Não faz sentido deixar os "ácaros" mortos se acumularem em sua "pele".

    Abraço... Roni

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  5. Ok Roni. Antes de mais nada, muito obrigado por comentar por aqui. Realmente, o que eu quis explorar nos posts “Em Verdade Vos Digo”, partes 1 e 2, foi o conceito da palavra “verdade”. Muito provavelmente, não fui muito claro ao tentar expor o que eu penso e acabei sendo confuso ou impreciso. Vamos aos esclarecimentos:

    No primeiro post, ao me referir às redes sociais e depois à trilogia Matrix, eu tentei dar exemplos palpáveis de como estamos longe de descobrir a verdade das coisas. E a razão mais central para isso em minhas palavras foi a de que o mundo não é movido pela busca da verdade e sim pela manutenção de mentiras. No geral, nos movemos para satisfazer nossas carências, nos sentirmos importantes, acumular riquezas, manter privilégios conquistados, preservar aparências, continuar com velhos costumes, defender conveniências, tirar vantagem das situações, tudo visando nossa individualidade exacerbada, a qual não está necessariamente atraleda à descoberta da verdade. Queremos ser felizes, mesmo que isso signifique uma felicidade forjada, criada apenas em nossas mentes, apartada da realidade que nos cerca. Somos enganados e enganamos o tempo todo, como num círculo vicioso no qual tanto exploradores quanto explorados não reconhecem mais a importância do que é verdadeiro ou real. Nascemos neste mundo com todas as explicações prontas, sendo tais explicações fornecidas pela famíla, escola, igreja, amigos, etc. Todo cenário já montado, conforme os interesses de uma civilização comprometida apenas com a manutenção de um estilo de vida continuista, consumista e predatório e não necessariamente com a verdade dos fatos. Concluindo, o objetivo do primeiro post foi demonstrar que não vivemos de acordo com a busca da verdade e que nem ao menos sabemos valorizar a importância disso. Por essa razão, quase sempre tomamos a pílula azul.

    No segundo post, partindo-se do princípio que alguns leitores gostariam de tomar a pílula vermelha, eu criei um cenário favorável à busca da verdade, o qual deve estar atrelado ao conceito de realidade. Só que muito antes de buscar a verdade, é preciso saber, afinal de contas, o que a palavra “verdade” significa. Ou seja, qual é afinal o conceito da palavra “verdade”? Embora seja aparentemente óbvia a pergunta, se nos propusermos a juntar um grupo de amigos para discutir qual é o conceito de verdade, ficaremos surpresos com as diferentes interpretações que uma única palavra pode ter. A primeira impressão, consequentemente, será de que vivemos em uma grande Torre de Babel. Seria como se todos nós tivessemos acesso a um dicionário cujas expressões seriam comuns a todos mas, as definições de cada palavra variassem de pessoa para pessoa.

    A pergunta a seguir então seria: porque seria preciso chegar a um consenso?

    Bom, sem consenso é óbvio que nunca iremos nos entender e a nossa civilização estará fadada ao fracasso. Questão de sobrevivência: ou a gente se entende ou a gente se mata mais cedo ou mais tarde.

    E a próxima seria: é possível chegar a um consenso?

    Embora tal cenário possa parecer desanimador no início, é possível sim chegar a um consenso, caso o objetivo das pessoas envolvidas seja realmente o de “descobrir a verdade”. Se as pessoas reunidas em pról da busca da verdade estiverem realmente a fim de tomar a pílula vermelha, (mesmo que as pessoas pensem que estão à busca da verdade, isso as vezes é uma motivação falsa) é possível atingir um consenso temporário, até que novos “inputs” venham reforçar ou abalar as estruturas do consenso anterior. Como na ciência, a contínua busca da verdade acima de preferências, interesses, carências, títulos, patentes ou posições sempre gera mudanças que ampliam os limites do nosso conhecimento.

    Em resumo, eu não quis dizer que sou dono da verdade, que eu “tenho acesso à verdade”, que só eu “compreendo as coisas” e que os demais são ignorantes; quis simplesmente salientar a importância de falarmos a mesma língua, começando pelo conceito mais básico, sem o qual qualquer outro conceito estará seriamente comprometido.

    Abs:
    Marcio

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  6. Oi, kbludo!

    Me explica como uma pessoa fomentadora de opiniões como você não foi descoberto por algum tipo (ok, ok, fora a publicação do blog em si) de mídia?

    Seria muito interessante ver um livro teu publicado.

    Bj

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  7. Rs... Fico lisonjeado com a expressão "uma pessoa fomentadora de opiniões", Linha, lãs e afins. Mas na verdade, estou bem longe disso. Não creio ter esse poder de influenciar as pessoas; se assim o fosse, as pessoas ao meu redor seriam pelo menos curiosas em relação ao que eu penso, situação bem longe da realidade que eu percebo. No que diz respeito ao alcance deste blog como você mesma sugeriu, tampouco é significativamente visitado ou comentado. De qualquer maneira, agradeço o elogio, incentivo a continuidade das suas visitas e, a propósito, já escrevi um livro sim, embora tenha sido o resultado de um Marcio completamente diferente daquele que você vê por aqui, elaborando esses mal-traçados textos...

    Obrigado pela visita,
    Marcio

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