segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Lançamento do Livro "A Cultura Emergente" de Marcio Cruz

Olá pessoal!

Depois de um longo período afastado deste blog, estou finalmente de volta e aproveito para divulgar o meu livro em forma de e-book intitulado
A Cultura Emergente - Quebrando os Paradigmas do Pensamento Predominante, o qual eu escrevi durante a virada do milênio e por causa de uma série de eventos particulares na minha vida ele permaneceu engavetado. Embora tenha sido finalizado em 2003, ele permanece bem atual e recomendo aos meus seguidores que tiverem um pouco mais de curiosidade de ler os meus textos em uma narrativa mais longa e aprofundada.

No link logo abaixo vocês terão acesso à sinopse do e-book e detalhes para fazer o download (clicando no botão BUY ON AMAZON) e também a um preview limitado do conteúdo do livro com ajuste de tamanho da fonte, dependendo do seu dispositivo de leitura (clicando no botão READ PREVIEW). 


domingo, 13 de março de 2011

Dor de Barriga dos Deuses

Impressionante como os crédulos de plantão se aproveitam dos desastres e catástrofes naturais para justificarem suas crenças. A cada erupção vulcânica, terremoto, tsunami e todas as suas conseqüências para a vida humana, existe uma justificativa muito plausível (segundo as premissas de quem interpreta os fenômenos) para os acontecimentos: expurgação do mundo, apocalipse bíblico, profecias, calendário Maia, transição planetária, alinhamento galático, era de aquário, 2012, etc. Apelamos e fortalecemos nossas crenças nesses momentos de profunda comoção, esquecendo-nos que devemos ser atores e não telespectadores do grande filme da vida.

A analogia cinematográfica para tais situações deve-se ao fato dos crédulos acreditarem em agentes externos à nossa vida, os quais orquestrariam acontecimentos fora do nosso controle. A falta de conhecimento é um outro ingrediente que adiciona ainda mais cegueira ao problema ao sermos testemunhas das interpretações equivocadas de que “as coisas estão piorando”, “os desastres estão se multiplicando”, sendo que, na verdade, coisas deste tipo sempre ocorreram mas o que mudou de forma exponencial foi o nosso poder de comunicação e cobertura de tais eventos. Assim, na tentativa desesperada de “criar uma zona de conforto psicológico”, procuramos justificar tais desastres pela ótica da intervenção de uma força maior, a qual define quem deve morrer e quem deve prosseguir em nossa jornada sobre a Terra. A interpretação de uma catástrofe, portanto, seria da perspectiva de quem assiste um filme, sem ter nada o que fazer para mudar o enredo.

A questão totalmente equivocada é a de que podemos fazer algo sim, se não para mudar a situação, pelo menos para minimizar os impactos de cada catástrofe. Para isso temos inteligência, a qual nos fez descer das árvores e estar aqui agora lendo este texto na Internet. Estou longe de ser um otimista desvairado, daquele tipo que usa lentes cor-de-rosa e enxerga tudo de forma harmoniosa. Aliás, combato justamente isso da forma que eu posso em meu dia-a-dia. Mas devemos ser otimistas realistas e utilizar mais o nosso intelecto para aprimorar nossos sistemas de prevenção ou antecipação dos desastres (Japão é um bom exemplo disso) e abandonar definitivamente tecnologias obsoletas por causa do maldito poder econômico como a utilização de combustíveis fósseis e de energia nuclear (Japão é um mal exemplo disso).

Parte das ações necessárias para que tais mudanças ocorram depende do muito mais complexo abandono de nossas próprias crenças em como o mundo e a vida se movem. Crenças de que existam forças, energias ou planos além do domínio humano conspirando para que desastres ocorram. Desta forma, deixamos de ser telespectadores e passamos a ser atores de um grande filme chamado vida, tomando as rédeas de nosso próprio futuro.

Parafraseando o grande Peter Diamandis, criador do X Prize, projeto que viabilizou a primeira viagem privada de uma aeronave para fora da órbita terrestre: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo pelas nossas próprias mãos”. Se acreditamos fortemente em destino, em uma força maior que controla absolutamente tudo, mais catástrofes ocorrerão, mais pessoas morrerão e mais pessoas justificarão tudo pela perspectiva de uma "força superior”. Está mais do que na hora de sermos mais responsáveis pelos nossos atos, de acreditarmos na capacidade do ser humano e de parar de acreditar que as coisas que acontecem ao nosso redor são o fruto da dor de barriga dos deuses...

Abs,
Marcio

domingo, 14 de novembro de 2010

Definição de Cristianismo

Pode soar estranho uma justificativa antes do post propriamente dito mas, devido ao momento em que vivemos, infelizmente, faz-se necessário um preâmbulo com o intuito de estimular a leitura deste blog ao invés de gerar repulsa. Consciente de que um alto nível de repulsa será sempre inevitável por eu escrever aquilo que penso, tento minimizar a gravidade do impacto o máximo que eu posso. Em um mundo cada vez mais religioso, não é minha intenção chocar as pessoas e sim estimular o pensamento ou gerar a reflexão. Somente isso.

Complementando o post anterior (“Campanha OUT!”), reforço a idéia de que não me considero um ateu propriamente dito mas acho muito salutar o exercício de pararmos por um momento para pensar de uma forma diferente. Mesmo que não sejamos ateus, é de extrema importância dar vazão e espaço para que ateus, céticos e agnósticos manifestem suas idéias com o intuito de promover uma sociedade muito mais equilibrada, democrática e justa, fazendo o contraponto para a mesmice promovida pela disseminação homogênea do pensamento religioso. Uma reação automática de repulsa diante de um pensamento diferente do nosso é um sintoma de que temos, em maior ou menor grau, uma doença extremamente grave chamada fanatismo.

Feita a ressalva inicial, divulgo um texto que eu vi no site “Café Press”, na sessão de camisetas com dizeres ateístas. Em uma das camisetas, li uma extraordinária definição de Cristianismo. A despeito das esperadas justificativas em favor de um “sentido metafórico”, lugar-comum no seio daqueles que julgam ser “religiosos mais intelectuais”, peço o esforço para lerem a definição sem o pesado fardo das premissas que todos nós carregamos. Mais uma vez, vale muito a pena parar por um instante e pensar a respeito, por mais que o exercício cause dor em nossa alma. Eis a definição:

Cristianismo: a crença de que um zumbi judeu cósmico, o qual era pai de si mesmo, pode fazer você viver para sempre se você, simbolicamente, comer sua carne e dizer que aceita-o telepaticamente como seu mestre, de forma que ela possa remover a força maléfica da sua alma que está presente na humanidade como um todo por causa de um mulher nascida de uma costela, a qual foi convencida a comer um fruto proibido de uma árvore mágica pela astúcia de uma cobra falante.

Faz todo o sentido do mundo.

Abs,

Marcio

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Campanha OUT!

Já mencionei algumas vezes que não me considero um ateu propriamente dito e sim uma pessoa agnóstica ou um livre pensador. Mas acho mais do que legítimo a campanha encabeçada pelo famoso biólogo britânico Richard Dawkins: "Ateus, saiam do armário". E por quê eu acho isso, para o desespero da maioria das pessoas? Justamente por isso: por causa de uma maioria sufocante. Em outras palavras, já tem gente em demasia fazendo o contrário: gente demais falando sobre Deus, sobre o que seria Deus, sobre como Deus agiria sobre o mundo e o que é pior: sobre como nós deveríamos agir e pensar diante desse "Deus". Gente demais dizendo como eu e você deveríamos pensar, se comportar e, por fim, viver. Desta maneira, está mais do que na hora de promover um equilíbrio entre forças, uma vez que se há plena liberdade para as pessoas expressarem sua fé, tem que haver necessariamente a mesma liberdade para as pessoas expressarem sua "ausência-fé". E é com esse espírito de justiça que divulgo a Campanha Out no meu blog:

Ateus sempre estiveram na vanguarda do pensamento racional, e agora você pode compartilhar seus ideais fazendo parte da Campanha OUT.

come out

Ateus são muito mais numerosos do que a maioria das pessoas imagina. Saia do armário! Você se sentirá livre, e seu exemplo vai encorajar outros a sair também (Não "tire" ninguém, espere que eles saiam por si mesmos quando estiverem prontos).

reach out

A Campanha OUT permite aos indivíduos mostrar aos outros que não estão sozinhos. Também pode ser uma boa forma de se iniciar uma conversa e ajudar a demolir os estereótipos negativos dos ateus. Deixe o mundo saber que não estamos prestes a desaparecer e que não vamos permitir que aqueles que nos condenam empurrem-nos para as sombras.

speak out

À medida que mais e mais pessoas aderirem à Campanha OUT, menos e menos pessoas se sentirão intimidadas pela religião. Nós podemos ajudar os outros a compreender que existem ateus de todas as formas, tamanhos, cores e personalidades. Somos trabalhadores e profissionais. Somos mães, pais, filhos, filhas, irmãs, irmãos e avós. Nós somos humanos (somos primatas) e somos bons amigos e bons cidadãos. Somos boas pessoas que não têm necessidade de se agarrar ao sobrenatural.

keep out

É tempo de deixar as nossas vozes serem ouvidas quanto à intrusão da religião nas nossas escolas e na política. Ateus, juntamente com milhões de outros estão cansados de ser intimidados por aqueles que empurram seus próprios conceitos religiosos garganta abaixo de nossos filhos e nossos governos. Precisamos manter o sobrenatural fora de nossos princípios morais e políticas públicas.

É hora de dar um passo a frente e... sair do armário.

stand out

Temos muitos planos e atividades para a Campanha OUT, por isso não deixe de visitar OutCampaign.org para as últimas informações.

Sites relacionados:

No Orkut: http://www.orkut.com/Main#Community?cmm=43326894

Site oficial do Richard Dawkins: http://richarddawkins.net/


sábado, 16 de outubro de 2010

O Governo Que Merecemos

Em meio à descomunal imundice política e ao fétido cenário do período de pré-eleição, não resisti à tentação de postar um excelente texto que recebi por e-mail, o qual descreve com bastante maestria e perspicácia a realidade do nosso país. Apesar da autoria ter sido atribuída ao Arnaldo Jabor (coisa que descobri não ser verdade, assim como outros inúmeros textos na Internet erroneamente atribuídos à Eistein, Gandhi e outras ilustres personalidades), isso não tira o brilho do que foi escrito. Eis o referido texto em itálico e meus comentários no final:

"1) Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.

Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza; Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade... Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.

2) Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

3) Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência.

O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.

4) Brasileiro é um povo honesto. Mentira. Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.

Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.

5) 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Já foi.

Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

6) O Brasil é um pais democrático. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei.

A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.

Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar. Democracia isso? Pense!

7) O famoso jeitinho brasileiro.

Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto.... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né??? Grande coisa...

8) O Brasil é o país do futuro.

Caramba, meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro !? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

9) Deus é brasileiro.

Puxa, essa eu não vou nem comentar... O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.

Para finalizar tiro minha conclusão:

O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão. Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade. Será que é tão difícil assim?"

Minha opinião:

Aeh o Silvester Stallone vem ao Brasil e depois comenta em uma coletiva nos EUA sobre o que achou do nosso país: "Lá você pode atirar nas pessoas, explodir coisas e eles dizem 'obrigado'! E aqui está um macaco para você levar para casa". E o brasileiro ainda sente-se indignado com a declaração! Indignado com o quê, se é a mais pura verdade? Brasileiro é assim: idiota por natureza.

O que esperar de um país onde as igrejas evangélicas tomam conta de todos os horários da TV aberta ao passo que a educação fica praticamente morta nessas mesmas emissoras? O que esperar de um país em que professores ganham um salário absurdamente ridículo e pastores ganham fábulas de dinheiro? O que esperar de um país onde eu e você, se quisermos ter um emprego público, vamos ter que estudar feito loucos, sabe-se lá durante quanto tempo, ao passo que, para ser político (também cargo público), nem alfabetizada a pessoa precisa ser?

A verdade dói e muito. Mas não há remédio mais forte para iniciar o nosso longo processo de cura do que aceitar a verdade dos fatos... Se a gente não reconhecer humildemente a dura realidade da nossa condição atual, podemos esquecer qualquer promessa de futuro promissor, seja ela oriunda dos discursos megalomaníacos e desvairados de Dilma Rousseff ou das declarações sem sal e sem açúcar de José Serra...