Mais uma vez, ao deparar-me com um folheto de divulgação de uma linha cristã bem conhecida, li um título que chamou minha atenção: "Deus é uma pessoa real?". Pensei: "Como assim Deus é uma pessoa real?". E a curiosidade levou-me a ler todo o resto. Seguem dois trechos do referido texto, os quais eu achei mais interessantes:
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Deus é Gente
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Cadê a Rebeldia?
Lembro-me do período do colegial, época que ficou marcada pela expressão máxima da minha revolta, rebeldia típica de um adolescente de classe média. Lembro-me das "diretas já", das greves dos sindicatos, do PT ainda como partido de esquerda atuante e de uma classe estudantil mais politizada. Era normal ouvir músicas diferentes com letras desafiadoras, questionar o sistema, indagar os professores, protestar contra os políticos, questionar as tradições, enfim, era normal "ser do contra".
sexta-feira, 12 de junho de 2009
EmoET?
Tentando responder uma indagação da seguidora Rita no post "Glória ao Senhor, minha única droga!", a qual envolveu a seguinte idéia: "Como vc acha que os extrarrestres lidam com a emoção?", eu desenvolvi o seguinte:
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Glória ao Senhor, Minha Única Droga!
Antes que me crucifiquem, o título acima não foi invenção minha... Faz parte de um comentário anônimo deixado no site de notícias Último Segundo. Segue o infeliz comentário na íntegra:
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Fanatismo
Ao ler uma matéria do Último Segundo denominada "Rivotril: a tarja preta mais vendida no Brasil", deparei-me com o seguinte comentário de um anônimo:
A forma mais perniciosa de manifestação religiosa é justamente o fanatismo. Atuando como uma verdadeira lavagem cerebral sobre os fiéis, o fanatismo negligencia qualquer atitude racional, criando um mundo apartado da realidade e sendo esta uma das características técnicas do conceito de loucura (viver dentro de um contexto completamente separado do meio exterior). A partir daí, qualquer atitude, por mais incoerente que ela possa ser, torna-se justificável sob a alegação de que trata-se de uma "legítima defesa do que é divino". E quando a fé sobrepõem-se ao bom senso, os resultados são sempre muito desastrosos. Como fenômeno humano, o fanatismo faz parte da própria história mas causa muita indignação por ainda permanecer extremamente forte nos tempos modernos, período este em que o avanço geral da sociedade deveria dar pleno suporte para eliminar comportamentos tão primitivos. O fundamentalismo Islâmico contemporâneo, por exemplo, constitui apenas a repetição dos atos insanos cometidos pelo Cristianismo durante a Idade Média. A mesma dinâmica permanece acesa nas contínuas escaramuças entre hindús e muçulmanos pela disputa do território da Caxemira na Índia, bem como na sangrenta e intolerante discórdia entre árabes e judeus no Oriente Médio e a variável resultante envolvendo o terrorismo internacional. A única novidade é que agora os acontecimentos dessa natureza possuem uma alcance muito maior, sendo uma ameaça globalizada que atormenta direta ou indiretamente todas as pessoas em qualquer parte do mundo. E por mais que haja motivações políticas, sociais e econômicas envolvidas no radicalismo muçulmano (de fato, tais motivações existem e são legítimas) o ato derradeiro de acabar com a própria vida e com a vida de terceiros em nome de uma crença é fundamentalmente religioso. A promessa de reconhecimento divino e a posterior recompensa influenciam progressivamente o indivíduo ao ponto dele poder estar disposto a cometer o ato decisivo: o suicídio. Pior ainda é quando tal ato envolve a vida de terceiros, sendo ainda mais carregado de fanatismo e tanto mais forte o sentimento de religiosidade presente na atitude assassina. O menosprezo pelos outros pontos de vista é tamanho que o universal direito à vida é quebrado em nome da insana crença de que a convicção religiosa está acima da vida humana. O fato de sermos seres humanos muito antes de participarmos desta ou daquela religião é algo totalmente desconsiderado pelo radical suicida, sendo que isso deveria ser uma lei mundialmente reconhecida e respeitada (sei que estamos muito longe disto). E é claro que tirar a vida de alguém “em nome de Deus” constitui uma desculpa bastante fácil para liberarmos toda a nossa fúria reprimida com base em uma visão de mundo rancorosa, distorcida e desequilibrada.
Mas esse extremismo só existe porque há, de uma certa maneira, uma base dogmática que legitima a proliferação indireta desses atos. O dogma, a fonte que alimenta o fanatismo, é a característica fundamental de todas as religiões que representa em si mesmo o conjunto de leis imutáveis que não permite o questionamento, o aprendizado com o reconhecimento honesto dos erros e acertos e, por último, o tão desejado avanço. Portanto, não se trata aqui de ser contra esta ou aquela crença específica e sim contra o paradigma maior no qual transitam todas as bases religiosas conhecidas (antes que alguém reclame, ressalto que menciono o cristianismo com uma certa frequência por ser uma religião muito presente em nossa sociedade, sendo um exemplo muito mais próximo e mensurável para nós).
O infeliz comentário possui os ingredientes básicos supracitados e é um exemplo do quanto que o fanatismo cega completamente uma pessoa, por mais que ela esteja rodeada por informação e tenha acesso ao conhecimento (já que a criatura que escreveu a pérola estava usando a Internet). Estabelecendo um forte vínculo emocional com os dogmas, o fanático não tem qualquer obrigação de ser coerente, sensato ou racional em suas atitudes, menosprezando, frequentemente com violência, qualquer visão de mundo diferente da sua.
Tenho convicção de que o teor presente no comentário anônimo é um fenômeno cada vez mais presente na sociedade brasileira e suspeito que isso pode se transformar em um problema de proporções gigantescas no futuro (para maiores informações sobre este tema, vide os posts "Evangelização" e "Segunda Idade das Trevas" com os seus devidos comentários). Quando a fé religiosa começa a se tornar mais importante do que a razão e a inibição de atitudes como a do dito comentário torna-se difícil por envolver um "assunto intocável" (lembram-se do dito popular: "política, futebol e religião não se discutem"?) o resultado é sempre a decadência dos valores humanos mais preciosos. Não deixemos que coisas como essa passem em branco...